Entre rato e homem
Esse apetite sensível faz os movimentos de meu sangue
cessarem
Perturba meus sentidos e bloqueia meu intelecto.
Paixão desmesurada, até meio sem sentido.
Cego-me e sigo a esmo a procurar pelo tato seu rosto entre o
resto
Um resquício de sobriedade que ainda resta me alerta:
Estou me arriscando com base na ilusão, castelo de cristal
erguido num pântano...
Pela tua intensidade sinto-me subjugado, arrastado, um
escravo teu, perversa paixão.
Sinto minh'alma envolta numa névoa que nunca se dissipa.
Confundo-me entre querer e desejar, raciocínio não faz mais
parte de minhas ações.
Perseguindo o prazer e esquivando-me da dor torno minha vida
cada vez mais obscura.
Sonho acordado, um devaneio sem fim.
Loucura que permeia o real e o imaginário
O lento e o imediato.
Tornei-me um ser irracional, com sensibilidade à luz
Com medo do próprio vulto.
Às vezes o som do meu respirar me assombra
Não sou mais senhor de mim mesmo
Declinei por ti...
Precipício que tornou-se minha morada, queda e cheiro de jasmim.
Sei que não tenho razão, tive escolha, mas preferi fazer o
sacrifício!
Nunca deixarei de te adorar e jamais tentarei refrear essa
paixão, por mais contraditória que possa parecer.
Enquanto houver ilusão persistirei
As incertezas batem à porta e insistem...
Na verdade o que eu queria era apenas poder equilibrar esse conflito em minha mente:
Morrer ou viver por você?